Inspire-se – 3 ideias criativas para conseguir mais atenção num abaixo-assinado
/Ok, você deu o primeiro passo e começou uma mobilização pela Change.org. Mas como conseguiu assinaturas e visibilidade? As iniciativas do jornalista Helcio Beuclair vão te inspirar
Vencer o preconceito e a homofobia é urgente. Pensando nisso, o jornalista Helcio Beuclair, de 31 anos, morador de São Paulo desde 2009, fez um abaixo-assinado com o apoio do #ColetivoArouchianos, o grupo que faz parte, pedindo que o prefeito Fernando Haddad mantenha de forma permanente as bandeiras arco-íris instaladas na região do Largo do Arouche. A praça, símbolo da resistência LGBT no Centro da cidade, recebeu as bandeiras em celebração ao Dia Mundial do Orgulho LGBT.
Helcio foi além de só fazer a petição: teve ideias criativas e conseguiu, com o coletivo, reafirmar a visibilidade e a identidade do bairro como território simbólico. “Primeiro de tudo: eu amo o Largo do Arouche. Aqui é um local de resistência do movimento LGBT", diz ele.
E por quê? “Porque aqui podemos amar sem ter medo". Ele ressalta que o Arouche é frequentado por pessoas de baixa renda, que "não pertencem à elite que vive em lugares como a rua Frei Caneca, Vila Madalena e outros bairros”.
Há também um valor histórico, aponta Helcio: uma boate localizada na rua Marquês de Itu, a ABC Bailão, era alvo dos militares na ditadura. Soldados tiravam os gays à força, levavam para os centros de repressão do DOI-Codi para serem torturados. "Hoje, nós temos liberdade e podemos ser quem quisermos no Arouche graças a esta resistência."
E quais foram as ações criativas do Helcio que chamaram a atenção? Confira:
1 – Levar notebooks para a praça e pedir assinaturas na hora
Helcio levou dois notebooks no Largo do Arouche durante as reuniões dominicais do Coletivo Arouchianos. Por meio de um sistema de som e microfone, o coletivo anunciava que qualquer um poderia assinar a petição online. Como a praça tem acesso gratuito à internet via wi-fi da Prefeitura, foi simples.
Após assinar, muitas pessoas declararam seu amor pelo Arouche no microfone. “Foi lindo! Alguns comentários me emocionaram de verdade", disse o jornalista.
Segundo Helcio, era comum ouvir: "Aqui [no Largo do Arouche] eu tenho liberdade, eu posso amar, posso andar de mãos dadas com quem eu quiser".
Levar notebooks é o tipo de estratégia simples, mas perspicaz, que vale para qualquer mobilização. Por exemplo: se você criou um abaixo-assinado pedindo cursos noturnos em uma escola, pode levar notebooks em uma reunião com pais, alunos e professores para que todos assinem.
Helcio calcula que mais de 1.000 pessoas deram apoio à mobilização desta forma. "Fazia fila para assinar", diz ele.
2 – Colar cartazes com o link em QR code para o abaixo-assinado
“A união de forças fez toda a diferença. Meninas e meninos do Arouchianos me ajudaram e juntos nós colocamos os cartazes com o QR Code, para coletar as assinaturas”, disse Helcio.
Explicando: além de trazer o endereço da petição online para as pessoas assinarem (www.change.org/Arouche), cada cartaz trazia um QR Code (Código QR) que pode ser lido pelo celular.
Esse código pode ser criado facilmente na internet (clique no link para acessar) e replicado em cartazes - ele permite que pessoas acessem o link da sua petição apenas direcionando a câmera para o código.
Em conjunto com a criação de um endereço curto da sua petição (peça à Change.org no Facebook que nós criamos um endereço curto para você), é uma combinação perfeita para fazer cartazes e espalhar pelo seu bairro ou sua cidade.
“É possível acompanhar quantas pessoas acessaram o abaixo-assinado usando o QR Code. Até agora, eu sei que 87 entraram usando os cartazes, o que é muita gente”, diz o jornalista.
Toda forma de divulgação é bem-vinda, diz Helcio. “Acho que uma das partes mais gostosas de fazer a mobilização foi montar os cartazes com QR Code e ver o resultado”, entusiasma-se.
3 – Juntar-se a um coletivo ou associação
Esse é um ponto crucial, na opinião do Helcio. O criador de uma mobilização pode até ter dado o primeiro passo, mas ele vai mais longe se integrar ou montar um grupo de apoio – fazer parte de um coletivo, associação de moradores, associação de pais, uma ONG ou outro tipo. Isso dá força e permite que o abaixo-assinado ganhe legitimidade.
Helcio diz colocar isso em prática. "Antes de haver qualquer mobilização online, você precisa encontrar pessoas que pensem e compartilhem aquilo que você deseja para aquela causa”, afirma.
Ele ressalta que podem ser 3 ou 4 pessoas com os mesmos interesses – o número não importa. "Vale se reunir, conversar e depois partir para o mundo virtual”.
Podem ser colegas de trabalho, familiares ou pessoas que assinaram a sua petição online e que você chamou para uma reunião – tudo é válido.
Helcio sugere que ser do coletivo tem outra vantagem, que é a experiência de atuar em grupo. Ao atuar junto com outras pessoas, o trabalho é mais prazeroso, diz. "O debate de ideias ajuda a desconstruir preconceitos e traz benefícios para o grupo todo”.
A última vantagem tem a ver com confiança, diz Helcio. Uma pessoa sozinha fazendo uma campanha deixa os outros ressabiados. “As pessoas podem pensar: ‘este cara quer se promover’. Mas se você faz parte de um grupo, existe mais confiança, é um trabalho de equipe”.
700 mil pessoas por dia
Helcio reforça que a presença das bandeiras do arco-íris importa porque elas demarcam a memória, incitam as pessoas refletirem. “Todos os dias passam aqui [no Arouche] cerca de 700 mil pessoas. Se você atingir 700 mil indivíduos com a presença das bandeiras arco-íris, as pessoas vão se questionar [sobre os direitos LGBT]".
Helcio está entre as mais de 7 milhões de pessoas que usam a Change.org para mudanças de verdade no Brasil. No mundo todo, a plataforma registra uma vitória por hora. Conheça todas as nossas ferramentas no site Como Usar a Change.org e, depois, inspire-se para fazer a sua própria mobilização, clicando aqui.